Um nome
Dois adjectivos
Três características
Uma frase (sobre o nome)
Uma frase de sentido contrário
Três características opostas
Dois antónimos
Um nome
No dia 11 de Fevereiro de 2008 era a segunda ou terceira vez que jogávamos e os poemas saíram, por exemplo, assim:
Lápis
escreve e desenha
é bonito, é grande e amarelo 
parte-se e os meninos ficam a chorar 
parte-se e os meninos ficam a rir 
é feia, é pequena e é verde 
apaga e borra 
Borracha 
Escreveu a R.
A J. escreveu:
Lápis
o bico é grande e parte-se e tem bonecos 
escreve e é bonito e é pequeno e é afiado 
não escreve e é feia e é grande e é romba 
o bico é pequeno e não se parte e não tem bonecos 
não escreve e não desenha 
Afiadeira
O F. Mudou de assunto e iniciou uma longa série de poemas animalescos: 
Vaca 
Come erva e muge 
boa, bonita e tem pintas 
ela dá leite, é amiga e tem cornos
ele dá carne, é inimigo e tem cornos 
mau, feio e não tem pintas 
come erva e muge 
Boi
Peixe 
come peixes, é bom 
bonito, amigo e comilão 
não gosta de baleias 
gosta de baleias 
feio, inimigo, enfastiado 
come erva, é mau 
Cavalo
Vaca 
dá leite e come erva 
gorda, média e boa 
dá muitas coisas boas 
dá poucas coisas boas 
magra, pequena e má 
não dá leite nem come erva 
Cobra
Girafa 
come e é muda 
boa, bonita e linda 
tem o pescoço muito alto 
o pior amigo dela é o homem 
a melhor amiga dele é a menina
mau, feio e tótó 
arranha e ruge 
Leão
O G. escreveu, contrariando em grande parte os constangimentos da estrutura sobre a qual estávamos a trabalhar e obteve um resultado notável: 
apito e fumo 
feio, grande, gordo 
e o brilho do barco 
e uma carapaça escura 
bonita, pequena, magra, 
silêncio e água 
Tartaruga
A D. resolveu recuperar, na ideia, um trabalho que tínhamos realizado anteriormente. O que ela escreveu foi:
Várzea 
bonita e pequena 
é uma aldeia, silenciosa e baixa 
é muito alegre e lindíssima 
é muito triste e feiíssima 
é uma cidade, barulhenta e alta 
feia e grande 
Leiria
Em Dezembro, depois de alguns episódios pícaros, tínhamos, finalmente, iniciado a nossa correspondência por correio com uma turma do 2º ano, como nós, da Professora Lourdes Fragateiro da Escola São José, em Lisboa. Eles escreveram-nos primeiro e nós preparamos o melhor que pudemos uma resposta: um pacotinho de coisas sobre nós e sobre a nossa aldeia.
Entre essas coisas um poema diamante, construído colectivamente no quadro negro, com a Várzea num extremo e Lisboa no outro, assim:
Várzea 
pequena e bonita 
tem árvores, campos e caminhos 
um museu, cafés, lojas e uma capela 
é uma aldeia muito calma, silenciosa e alegre 
é uma cidade muito movimentada, barulhenta e triste 
com muitas pessoas, carros e autocarros 
tem teatros, cinemas e centros comerciais 
grande e linda 
Lisboa
Como se pode constatar as regras foram, por unanimidade, alteradas mais uma vez. Neste caso por questões elementares de cortesia e bom senso mas também porque Lisboa é, pelo menos vista da Várzea, mesmo linda. 
Luís Mourão
 
1 comentário:
Descobri hoje belos trabalhos de Luis Morão , meu colega de curso em Leiria . Já nessa altura era um excelente ser humano virado para as artes . Desde aí sempre soube que iria ser uexcelente professor. tenho imensa pena de não o ter por perto , pois seria uma fonte de inspiração para mim. Esta ideia do poema Diamante vai ser implementada na minha sala de aula.porque é encantadora e está de acordo com o trabalho de poesia que desenvol este ano lectivo com os meus alunos na EB1 DE Paião- Figueira da Foz.Beijos Maria de Jesus Caeiro do do Manuel Ribeiro
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